O satélite europeu Planck, lançado em 2009 para
realizar a busca da primeira luz emitida depois do Big Bang, revelou
nesta quinta-feira a imagem mais precisa já feita dos primeiros momentos
de vida do Universo.
"Ousamos olhar o Big Bang de muito perto, o que permite uma
compreensão da formação do Universo vinte vezes melhor do que antes",
comemorou o diretor-geral da Agência Espacial Europeia (AEE),
Jean-Jacques Dordain, ao apresentar os primeiros resultados do Planck,
em coletiva de imprensa em Paris.
Salvo algumas anomalias que farão com que os cientistas teóricos
tenham trabalho por semanas, os dados do Planck corroboram de maneira
espetacular a hipótese de um modelo de universo relativamente simples,
plano e em expansão, afirmou a AEE.
As imagens permitiram igualmente aos cientistas um maior conhecimento
da chamada "receita cósmica", os diferentes componentes da formação do
universo.
"É verdade que a imagem se assemelha um pouco a uma bola de rúgbi
deformada ou a uma obra de arte moderna, mas posso assegurar que alguns
cientistas teriam trocado seus filhos por esta imagem", brincou George
Efstathiou, astrofísico da Universidade britânica de Cambridge, ao
comentar os resultados obtidos pela missão de Planck na sede da AEE.
"Trata-se de uma imagem do universo tal como ele era
380.000 anos
depois do Big Bang", explicou. Nesse momento, a temperatura local estava
em torno dos
3.000°C, acrescentou.
Antes desse momento,
o universo tinha uma temperatura tao alta que
nenhuma luz podia sair dele. O Planck captou, pois, na integridade do
céu, o
traço fóssil dos primeiros fótons (partículas elementares da luz)
que surgiram do Cosmos e que viajaram durante mais de 13 bilhões de
anos para chegar até nós.
Essa irradiação fóssil é agora muito fria, com 3°C a mais do "zero
absoluto" (-273°C). É invisível, mas pode ser detectada na gama das
ondas de rádio.
A radiação de fundo cosmológica (CMB) apresenta ínfimas flutuações de
temperatura que correspondem a regiões de densidade levemente diferente
e portam em si o germe de todas as estrelas e das galáxias que nós
conhecemos.
Para poder medir essas ínfimas flutuações, com uma precisão de cerca
de um milionésimo, e eliminar todas os sinais parasitários emitidos pela
Via Láctea e outras galáxias, o instrumento de alta frequência HFI do
satélite Planck deve ser esfriado até um décimo de grau acima do zero
absoluto.
Essa proeza tecnológica, feita na ausência de gravidade e no vácuo,
"não tem equivalente e nenhum artefacto espacial poderá ultrapassá-la
por muito tempo", concluiu Jean-Jacques Dordain.
Fonte: http://br.noticias.yahoo.com/sat%C3%A9lite-revela-imagen-precisa-feita-big-bang-151059076.html;_ylt=AmrJ.ZtBt8Ex9AxULQijEnNPs8B_;_ylu=X3oDMTRnYTAwMzFhBG1pdANMSVNUUyBNaXhlZCBMaXN0IENpZW5jaWEEcGtnAzcwNmZjNTRhLWVlODItMzcxZi05OTRjLTIwNTgyMGYwZWJiMQRwb3MDMQRzZWMDTWVkaWFCTGlzdE1peGVkTFBDQVRlbXAEdmVyA2I5YWY0NTkyLTkyNDAtMTFlMi1iZjZmLTM5NTdjYjYwYjI5ZQ--;_ylg=X3oDMTJycmQ0NXRtBGludGwDYnIEbGFuZwNwdC1icgRwc3RhaWQDNzA2ZmM1NGEtZWU4Mi0zNzFmLTk5NGMtMjA1ODIwZjBlYmIxBHBzdGNhdANjacOqbmNpYQRwdANzdG9yeXBhZ2U-;_ylv=3
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